Estatística Básica
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4 - Gráficos Estatísticos

O gráfico estatístico é uma forma de apresentação dos dados estatísticos, cujo objetivo é o de produzir, no investigador ou no público em geral, uma impressão mais rápida e viva do fenômeno em estudo, já que os gráficos falam mais rápido à compreensão que as séries.

Para tornar possível uma representação gráfica, estabelece-se uma correspondência entre os termos da série e determinada figura geométrica, de tal modo que cada elemento da série seja representado por uma figura proporcional.

A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a certos requisitos fundamentais, para ser realmente útil.

Anos Quantidade (mil)
1984 865
1985 967
1986 1056
1987 920
1988 1069
1989 513

  • Simplicidade: o gráfico deve ser destituído de detalhes de importância secundária, assim como de traços dispensáveis que possam levar o observador a uma análise demorada ou com erros.
  • Clareza: o gráfico deve permitir uma correta interpretação dos valores representativos do fenômeno em estudo.
  • Veracidade: o gráfico deve comunicar a verdade sobre o fenômeno em estudo.

Os gráficos constituem uma forma clara e objetiva de apresentar dados estatísticos. A intenção é a de proporcionar aos leitores em geral a compreensão e a veracidade dos fatos.

De acordo com a característica da informação precisamos escolher o gráfico correto. Os mais usuais são: gráfico de segmentos ou linhas, gráfico de barras ou colunas e gráfico de setores.

4.1 - Diagramas

Os diagramas são gráficos geométricos com duas dimensões no máximo; com uso do sistema cartesiano, em geral, para sua construção.

Dentre os principais diagramas, destacam-se:

  • Gráfico de segmento ou gráfico em linha
  • Gráfico em colunas ou barras
  • Gráfico em setores
  • Cartograma
  • Pictograma
  • Gráfico Polar

4.1.1 - Gráfico de Linhas (ou Segmentos)

Este tipo de gráfico emprega a linha poligonal para representar a série estatística.

Constitui uma aplicação do processo de representação das funções num sistema de coordenadas cartesianas.

Nesse sistema são utilizadas duas retas perpendiculares; as retas são os eixos coordenados e o ponto de interseção, a origem.

O eixo horizontal denomina-se eixo das abscissas (ou eixo x) e o eixo vertical, eixo das ordenadas (ou eixo y).

Exemplo de série: produção de veículos de auto-propulsão no Brasil (1984-1989).

anos quantidade (mil)
1984 865
1985 967
1986 1056
1987 920
1988 1069
1989 513

Vamos tomar os anos como abscissas e as quantidades como ordenadas.

Desse modo, um ano dado (x) e a respectiva quantidade (y) formam um par ordenado (x,y), que pode ser representado num sistema cartesiano.

Determinados, graficamente, todos os pontos da série, usando as coordenadas, ligam-se todos esses pontos, dois a dois, por segmentos de reta, formando a poligonal, que é o gráfico em linha ou de segmentos correspondente à série em estudo.

Exemplo de série: uma locadora de filmes em DVD registrou o número de locações no 1º semestre do ano de 2012. Os dados foram expressos em um gráfico de segmentos.

Meses Filmes locados
Jan 300
Fev 220
Mar 100
Abr 150
Mai 250
Jun 110

Observação: Quando é representada em um mesmo sistema de eixos a variação de dois ou mais fenômenos, a título de comparação, obtém-se um gráfico em linhas comparativo ou um gráfico poligonal comparativo.

Pesquisa Eleitoral, na cidade X, no período de janeiro a junho de 2017:

4.1.2 - Gráfico de Barras (ou Colunas)

É a representação de uma série por meio de retângulos, dispostos verticalmente (em colunas) ou horizontalmente (em barras).

Quando dispostos em colunas, os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos dados.

Quando dispostos em barras, os retângulos têm a mesma altura e os comprimentos são proporcionais aos respectivos dados.

Dessa forma assegura-se a proporcionalidade entre as áreas dos retângulos e os dados estatísticos.

Exemplo: consumo de energia elétrica no decorrer do ano de 2015 de uma família.

Mês Consumo em kW
Jan 380
Fev 300
Mar 280
Abr 290
Mai 270
Jun 260
Jul 370
Ago 310
Set 305
Out 315
Nov 330
Dez 390

Notas:

  • Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos, deve-se dar preferência aos gráficos em barras (séries geográficas e específicas).
  • A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica.
  • A distância entre as colunas (ou barras), por questões estéticas, não deverá ser menor que a metade nem maior que os dois terços da largura ( ou da altura) dos retângulos.
  • A distância entre duas barras deve ser constante.

Importante: as larguras dos retângulos, bem como as distâncias entre elas, devem manter uma regularidade.

Os gráficos em colunas ou em barras podem ainda apresentar variações.

4.1.2.1 - Gráfico em Colunas ou Barras Múltiplas

Geralmente empregado quando queremos representar, simultaneamente, dois ou mais fenômenos, com propósito de comparação.

Exemplos:

a) Em 1995, quase três quartos dos médicos brasileiros atuavam em consultório próprio (74%), mais de dois terços atuavam em instituições do setor público (70%), mais da metade atuavam no setor privado (59%) e quase metade faziam plantão (49%).

b) Exportação e importação de 2000 a 2004 com valores em milhões de dólares (US$ 1.000.000).

Especificações 2000 2001 2002 2003 2004
Exportação 34.383 31.414 31.620 35.793 38.783
Importação 18.263 20.661 21.041 20.554 25.711

4.1.2.2 - Gráfico em Colunas ou Barras Compostas

É um gráfico constituído por um único retângulo base, subdividido em várias porções, cujos comprimentos são proporcionais às partes no qual se divide o todo.

Constrói-se um retângulo de comprimento qualquer escolhido para representar todo o fato, e faz-se uma regra de três para se calcular o comprimento representativo de cada parte que o compõe.

Exemplo: alunos da séries de uma escola.

Série quantidade
Primeira 400
Segunda 300
Terceira 200
Quarta 100
Total 1000

Será construído o retângulo base com 20 cm.

Por exemplo, para a 1ª série, tem-se:

$\frac{x}{\text{20 cm}}=\frac{400}{1000}$

x = $\frac{400 \times \text{20 cm}}{1000}$ = 8 cm

Depois de determinados os dados para as demais séries, pode-se elaborar o gráfico a seguir.

4.1.3 - Gráfico de Pizza (ou Setores)

Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre que se pretenda ressaltar a participação do dado no total.

O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as partes.

Os setores são tais que suas áreas são, respectivamente, proporcionais aos dados da série.

Cada setor é obtido por meio de uma regra de três simples e direta, lembrando que o total da série corresponde a 360º.

Exemplos:

a) Rebanho suíno do sudeste do Brasil.

Estado Quantidade Ângulo
Minas Gerais 3363,7 197º
Espírito Santo 430,4 25º
Rio de Janeiro 308,5 18º
São Paulo 2035,9 120º
Total 6138,5 360º

b) O gráfico a seguir mostra a preferência dos clientes de uma locadora quanto ao gênero dos filmes locados durante a semana.

Gênero Freq. Absoluta Freq. Relativa
Ficção 88 22%
Aventura 76 19%
Comédia 100 25%
Terror 60 15%
Guerra 56 14%
Outros 20 5%
Total 400 100%

4.1.4 - Cartograma

O cartograma é a representação sobre uma carta geográfica.

Este gráfico é utilizado quando se tem o objetivo de que os dados estatísticos figurem diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

Exemplo: cartogramas de dados do Brasil.

4.1.5 - Pictograma

O pictograma constitui um dos processos gráficos que melhor fala ao público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A representação gráfica consta de figuras.

Exemplos: pictogramas de dados do Brasil.

Regras fundamentais para a construção de um pictograma.

  • Os símbolos devem explicar-se por si próprios.
  • As quantidades maiores são indicadas por meio de um número maior de símbolos, mas não por um símbolo maior.
  • Os símbolos comparam quantidades aproximadas, não detalhes minuciosos.
  • Os gráficos pictóricos só devem ser usados para comparações, nunca para afirmações detalhadas ou isoladas;

4.1.6 - Gráfico Polar

É o tipo de gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, ou seja, toda série que apresenta uma determinada periodicidade. Como, por exemplo;

  • A variação da precipitação pluviométrica ao longo do ano ou da temperatura ao longo do dia.
  • A arrecadação de um determinado estabelecimento durante uma semana.
  • O consumo de energia elétrica durante o mês ou o ano.
  • O número de passageiros de uma linha de ônibus ao longo da semana etc.

O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas polares.

Para construir o gráfico polar:

  • Traça-se uma circunferência de raio arbitrário (preferencialmente, a um raio de comprimento proporcional a média dos valores da série).
  • Constrói-se uma semirreta (de preferência horizontal) partindo do ponto O (polo) e com uma escala (eixo polar).
  • Divide-se a circunferência em tantos arcos quantas forem as unidades temporais.
  • Traçam-se semirretas a partir do ponto O (polo) passando pelo ponto de divisão.
  • Marcam-se os valores correspondentes da variável, iniciando pela semirreta horizontal (eixo polar).
  • Ligam-se os pontos encontrados com segmentos de reta.
  • Para fechar o polígono obtido, emprega-se uma linha interrompida.

Exemplo: precipitação Pluviométrica da Cidade X - 2017.

Meses Precipitação (mm)
Janeiro 174,8
Fevereiro 36,9
Março 83,9
Abril 462,7
Maio 418,1
Junho 418,4
Julho 538,7
Agosto 323,8
Setembro 39,7
Outubro 66,1
Novembro 83,3
Dezembro 201,2

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